Blue Eyes V

sexta-feira, agosto 31, 2007











DIPLOMA

De novo? Vcs devem estar se perguntando... Pois é...
Este é o meu terceiro diploma em Teologia. Tenho o do
Curso Básico, o de Bacharel e agora, este, reconhecido
pelo MEC... finalmente! Agora a Teologia é equiparada
aos outros cursos de nível superior. Não era sem tempo.
A Deus, a glória.

quinta-feira, agosto 30, 2007














SAUDADE DE ANTIGA AMIZADE
lisieux

Saudade dos sonetos que brotavam
do meu teclado, despretensiosos,
e dos teus versos, tão melodiosos
que meus rabiscos nunca os igualavam.

Saudade dos poemas sensuais
que tu timidamente respondias
e do veludo das frases macias
que de desejo eram mananciais.

Saudade dos teus beijos, delicados,
que eu recebia nos meus pés cansados
e me faziam, sempre, descansar...

Saudade do conforto e do carinho
desta amizade quente como arminho
que eu necessito de reconquistar.

SBC – 28.08.07

terça-feira, agosto 28, 2007














O AMOR
lisieux

É sempre eterno, embora às vezes finde,
é imortal, inda que não sobreviva,
é sempre memorável, como um brinde
que se levanta celebrando a vida...

E é infinito, mesmo que ele dure
apenas um instante, um só segundo...

O amor é a mola que impulsiona
o mundo.

Feito para o Varal do Lun'as

segunda-feira, agosto 27, 2007










PARTIDA
lisieux

Sei que não sou capaz de te esquecer
e passo as madrugadas a tecer
os frágeis fios das lembranças mortas...

E vago pelos quartos, pelas salas,
a tropeçar nas gigantescas malas
de solidão, que me deixaste às portas...

Por que não carregaste, ao partires,
os meus suspiros fundos, os sentires,
que são o alento do meu coração?

E por que não colocaste sob os braços
os meus temores, vacilantes passos?
Por que tiraste dos meus pés
..................o
..................chão?

BH - 04.04.06

domingo, agosto 26, 2007










EXPERIÊNCIA
lisieux

Experimento o sabor
do verde,
o cheiro e a cor
verdejante das campanas.

O verde deste capim
que se entranha,
coça em mim,
como teus dedos no corpo.

Verde o broto do jardim;
verde a pedra, esmeralda...
verde o lago, verde a margem,
verde-esperança a coragem,
verde-claro o teu olhar.

Verde toda esta paisagem
que se estende, ao meu redor;
verdes todas as lembranças
do meu sonho do passado.

Só não é verde esta dor,
que destoa, perde o tom...

Só não é verde, a saudade,
pois a saudade é
marrom...

BH - 14.09.2003

sexta-feira, agosto 24, 2007










DEVIA SER PROIBIDO
lisieux

Devia ser proibido... proibido se sofrer assim.
Não devia ser permitido
sentir essa solidão orfandade,
esse medo criança,
escondido no vão da escada...
esse desespero prenúncio de morte,
paralisante e denso,
tão tremendamente assustador.

Ah, essa saudade baleia,
singrando meus mares,
despejando meus sonhos na praia... corais...

Ah, essa lembrança paquiderme,
pisando pesado no meu peito,
peso-morto, que se deixa ficar,
sufocante, sobre mim.

Devia ser proibida
essa sequidão de abraços,
esse estio de carinho,
deserto de beijo, ausência de toque...
essa falta de mãos!

Saudade mamute, antiga, colossal.

Em dias assim,
tão desesperadamente solitários e frios,
devia ser permitido voltar o relógio...
esquecer o outono que finda,
início de inverno e
revisitar passadas primaveras...

- Como ganhei uma linda formatação de uma amiga, fiquei com vontade
de postar de novo esse poema antigo...

quarta-feira, agosto 22, 2007










FUNERAL
lisieux

Enterra-me, amado
ao pé da serra
juntinho das hortênsias azuladas
sob o céu também azul do Rio Grande.

Cuida pra que eu fique descansando
na direção em que o vento for soprando,
a me levar os perfumes dos caminhos
e os barulhos do cotidiano...

Como o perfume do teu corpo
doce e fresco
e o da natureza à minha volta,
das videiras carregadas, temporãs...

E o som das águas,
mesmo que baixinho,
vindo lá das bandas do Guaíba
e que embala o nascimento das manhãs.

Cuida também para que sinta o toque
do vento frio que vem da campina
e a lambida morna, preguiçosa
do sol de inverno a furar neblina.

Cuida que eu fique plantada ali nos pagos
não me perder nos horizontes vagos,
reconhecendo as vozes das coxias.
Não faças com minh'alma a covardia
de ficar longe da querência amada,
pra sempre presa nos mineiros paços...

Pra que a alma tão saudosa não precise
de madrugada percorrer largos espaços...
e quando queira, ela só deslize
direto para o centro dos teus braços.

SBC-SP
21.08.07 - 20h49

terça-feira, agosto 21, 2007










ÚLTIMOS PEDIDOS
lisieux
(parodiando líria)

No caixão, tampa de pinho
porque vidro quebra à toa...
madeira é boa, tem cheiro,
de primavera, de vida
e vidro é coisa de homens
bonito e artificial

E não quero flores murchas...
prefiro a chuva na terra
o capim brotando denso
formigas esburacando
o terreno ali em volta

Por mortalha, por favor
me dêem o moleton
acolchoado e quentinho
e que já perdeu a cor
de tão surrado, velhinho
com o qual me agasalho
nas noites tristes de inverno
enquanto vou batucando
poesia no teclado

E entre as mãos, (pelos céus!)
- podem me chamar de insana -
não flores, rosários, véus...
mas um livro de Quintana.

BH - 19.08.07

Inspirado em "Pedidos", de líria porto

sábado, agosto 18, 2007










BRINCANDO COM PALAVRAS
lisieux

Se o encanto permanece
se não te esqueço um minuto
se minha alma padece
se não te vejo ou te escuto
se meu corpo não se aquece
meu olhar não fica enxuto
meu ser inteiro fenece
se falta teu atributo
só resta mesmo uma prece
pra que voltes, resoluto
reines como quem merece
ser senhor absoluto

lisieux

segunda-feira, agosto 13, 2007











ATRASADINHO

Ontem foi dia dos pais... não tive nem tempo de vir aqui, postar algo em homenagem a eles.

Mas vou colocar um trecho do meu sermão, mesmo atrasado:

Por que os pais falham?
Falham porque não conhecem ou não obedecem a vontade de Deus.
Falham porque não reconhecem seus próprios erros.
Falham porque não fazem o que falam e seus filhos vêem e assimilam isso.
Falham porque querem tanto proteger e cuidar do filho que acabam sendo coniventes com os erros deles.
Falham porque, de tanto tentar ser amigos dos filhos, acabam se esquecendo de ser PAIS!

Que Deus ajude a todos os pais a terem autoridade, domínio sobre os seus filhos, segurança para corrigi-los com amor a fim de que não precisem sempre protegê-los e livrá-los do mal, mas sim que os ensinem a andar com suas próprias pernas, pelo caminho certo.

Bjokas e parabéns, papais.

sábado, agosto 11, 2007











NIVER DE LUÍZA

Hoje Anna Luíza completa duas décadas...
É... estou ficando velha!
PARABÉNS, filhota!

quinta-feira, agosto 09, 2007











BUS STOP
lisieux

E então eu te vi...Vi-te, parado ali em frente, recostado a um poste, no ponto de ônibus. E eu te reconheci, não com os olhos carnais, mas com os olhos da memória porque tu nem mesmo te parecias com o homem a quem me entreguei em uma tarde de verão, quente, muito quente, há tantos anos.
Reconheci-te por detrás das rugas, por detrás dos óculos, por detrás das cãs.
Assim que coloquei em ti os olhos, mesmo de longe, te reconheci. E nem por um segundo, duvidei que fosses tu.
Nada em ti lembrava o jovem com o qual eu havia me relacionado. A pele sem viço, os olhos castanhos cansados, a boca arriada, os cabelos claros já quase completamente brancos.
Parecias menor também... encolhido, ombros curvados, como que ao peso dos anos, das lembranças... de sonhos não concretizados. Parada, do outro lado da calçada, apenas te olhava e pensava se valeria a pena atravessar a rua, aproximar-me de ti, dizer “alô”.
Será... será que tu te lembravas? Será que tu me reconhecerias caso eu surgisse,
repentinamente, na tua frente?
Tu parecias cansado. Assentei-me no banco da parada de ônibus, no sentido oposto, e fiquei a observar-te. E as lembranças povoaram-me a mente, levaram-me lá para o nosso passado, para o tempo em que eu julgava que era possível a gente ser feliz. Lembrei-me da tua voz. E tive vontade de chamar-te a fim de que me respondesses no tom grave e suave que me fazia arrepiar: “fala, guriazinha”...
Vontade não só de chamar-te, mas de gritar o teu nome a fim de que ele ecoasse na noite fria, vencendo a distância que nos separava, quebrando a barreira do tempo, trazendo de volta o passado e a vida.
Lembrei-me dos teus passos... na outra calçada, andavas vagarosamente de um lado para outro, talvez para espantar o frio. Mãos nos bolsos do sobretudo, passos cadenciados.
E me lembrei de como costumavas pisar firme, andar com pressa, puxando-me pelo braço, como se tivesses urgência de qualquer coisa, urgência de tudo.
Lembrei-me dos teus gestos largos, da tua “AGORIDADE”,síndrome de querer resolver quaisquer problemas do cotidiano imediatamente. Lembrei-me também da tua quietude, depois do amor. Remanso e sonho depois da correria diária.
Olhos de pasto, passeando pelo meu corpo.
Riso suave e doce, marcando um tempo de descanso, parada estratégica para repor as forças no meu leito de poesia.
Vale a pena, meu Deus, atravessar a rua?
Tu ali, a poucos passos: mesmo homem, mas tão diferente! Tantas e tantas viagens, tantos descaminhos, tantas encruzilhadas...
Enquanto te olhava, olhos rasos d’água, um ônibus se aproxima do teu ponto. Tu fazes sinal com a mão e eu, reteso o corpo, salto como mola do banco, levanto os
braços, faço menção de chamar-te.
Num átimo de segundo, lembro-me dos motivos que distanciaram os nossos destinos: lembro-me da minha casa, meus 25 anos de casamento, meus filhos... Será que tu também foste feliz?
Deixo os braços descaírem ao longo do corpo e fico olhando tu entrares no ônibus.
Com ele já em movimento, olhas para mim... Está escuro, mas posso sentir a fagulha que sai dos teus olhos. O que eu vi ali? Tristeza, remorso, resignação? Bem... não mais importa.
Estoicamente enxugo as lágrimas do rosto, levanto a gola do casaco e, finalmente, atravesso a rua e sigo o meu caminho.

BH – 06.09.03

terça-feira, agosto 07, 2007










FORMATO DA LÁGRIMA
lisieux

Quando não nasce o meu poema,
aprisionado
nas entranhas do meu ser,
fica calado
e impedido de mostrar
o sentimento...

Quando não correm os meus dedos
no teclado
e nem desliza a caneta
no papel,
não se liberta a minha voz
dentro do peito
para gritar ao mundo inteiro
a dor do amor...

O coração fica abatido
e, sem compasso,
não mais consegue bombear
da vida a seiva.

O corpo lasso desfalece
e dos meus olhos
descem dois rios caudalosos
pela na face.

Gravam caminhos de tristeza
no formato
da poesia que no peito
ficou presa.

BH – 07.08.07

segunda-feira, agosto 06, 2007










Á LUZ DA LUA
lisieux

Vivendo e amando
sob a luz da lua,
vou despejando
versos de saudade,
ladrilhando com sonetos
minha rua
e relembrando
a minha mocidade.

E tudo fica lindo
à luz da lua....
Esqueço o sofrimento,
a identidade...

Tu voltas a ser meu
e eu a ser tua...

BH - 11.04.07

domingo, agosto 05, 2007










INGRÊIS
lisieux

i say yes, you say no
i say stop, you say go
ow u ow...relou, relou!
(Marcos Caiado)

MY ANSWER

You said no!
i ever say yes...

i ask: how're u?
and you say: more or less...

If you say go
i answer: oh, yes!

lisieux - BH 12.05.07

sexta-feira, agosto 03, 2007











PONTO FINAL
lisieux

há uma escuridão que recobre
o aceno de adeus
que aconteceu.

há um cinza asfixiante
grito das entranhas
do que se perdeu

há um ponto final
no caminho inacabado
de quem temeu

BH - 20.07.03

Bauzinho básico, por falta de inspiração para postar...

quinta-feira, agosto 02, 2007












TOMARA
lisieux

Que o ódio, na sociedade,
não extermine o amor.

Que o carinho, a lealdade,
possam vencer a maldade,
a ganância, o preconceito,
o desprezo, o orgulho, a dor...

E que toda a sociedade,
todo esse sofrido povo,
viva esse momento novo,
cheio de paz e calor.

E que se mude o conceito
do que seja mesmo o amor...

BH - Varal do Lun'as

quarta-feira, agosto 01, 2007










A UM CERTO GURI
lisieux

Por mais que passe o tempo
por mais que o vento ruja
e as intempéries varram meu caminho
por mais que agostos cheguem
fechando o ciclo do inverno
e primaveras se anunciem
ao chegar setembro...

Por mais que anos transcorram
deixando pra trás histórias
de amores, de desejos
por mais que eu tente esquecer-te
e varrer-te para baixo do tapete.

Não tem jeito...
tudo volta
quando o calendário aponta
o dia do teu nascimento
o natal
um novo ano
uma data especial

tudo volta
em avalanches...

porque te amo
como dantes...

BH – 01.08.07
(dia do teu niver)